Shiori Itō é uma jornalista e cineasta japonesa. Seu trabalho tem como enfoque as questões de igualdade de gênero e direitos humanos, principalmente com o livro "Black Box" (2017), que expôs um caso de violência sexual sofrido por ela, que expôs o arcaico sistema judicial do Japão e as contradições sociais do país ao lidar com a questão. Em 2020, apareceu na lista de 100 pessoas mais influentes do mundo do ano pela Time. Simultaneamente, registrou todo o percurso do processo judicial contra seu estuprador, um notório jornalista e biógrafo do primeiro-ministro japonês à época, Shinzo Abe, o que resultou no filme-relato "Black Box Diaries" (2024). O filme mostra os percalços que ela enfrentou diante do sistema judicial e político do país, que tentava abafar o caso e proteger o estuprador Noriyuki Yamaguchi, figura influente no país, sendo esse caso o marco que desencadeou o movimento "MeToo" no Japão.